segunda-feira, 30 de maio de 2011

Omelete

Descerrar o pano do mistério das origens deste prato é uma missão de arqueologia. Existem inúmeras possibilidades, todas elas lógicas e racionais. Por apego à precisão, revelarei o rol inteiro. Os italianos reivindicam a primazia a invenção através da raiz supostamente latina da palavra, ova mellita, uma alguimia dos tempos romanos, claras e gemas batidas com mel e enfim cozidas numa travessa de argila. Os franceses, com um pouco menos de profundidade, clamam que a expressão vem de lamelle, ou lâmina pequena, interpretação visual do aspecto do pitéu. De lamelle, segundo eles, teriam brotado, em sequencia, as corruptelas alamelle e alumette e amellete. Os ingleses, com um tico generoso de folclore, juram que a coisa foi idealizada por um médico de nome Oswald Mellet. Obrigado a se formar pela pressão dos pais, Mr. Mellet, na realidade, queria ser cozinheiro. Diploma na maleta, de retorno à sua cidade, depois de seus estudos, em vez de um consultório ele abriu um restaurante com uma série de pratos a base de ovos. E, para contentar os genitores, à porta instalou uma plaqueta em que se lia, em letras bem floreadas: "Dr. O. Mellet". A versão britânica me parece bem charmosa e não deve ser sumariamente desprezada, inclusive porque se inscreve num trabalho respeitável de pesquisa da gloriosa Universidade de Cambridge. De todo modo, creio que a italiana ganha a briga, até por questão de antiguidade. De fato, a Omelete, no feminino, é uma das comidas mais venerandas da humanidade, citada por Apicius e por outros cronistas de dois mil anos atrás. Atravessou os séculose, na idade média, ganhou algumas interpretações pessoais de Taillevent, provavelmente o primeiro chef a realizá-las salgadas. Como o mestre preferia apelidá-las de arboulastres d'oeufs, retomo o fio das possibilidades e revalorizo a raiz da ova mellita. Sob a denominação, mesmo, de omelette, o prato desponta no século 17. O grande Brillat-Savarin elogiava  muito a alquimia de seu tempo, cometida com caviar de carpas e filezinhos de atum. Já então ele sugeria um procedimento crucial: bater as claras e as gemas, de maneira a conseguir uma Omelete bem mais alva e bem mais fofa. Tudo combina com o pitéu. Vegetais. Pescados. Aves. Miúdos. Presuntos. Queijos. Até mesmo frutas, a alquimia como sobremesa. 
          Fonte: O Livro da Cozinha Clássica, a história das receitas mais famosas da história. Silvio Lancellotti, 2003.

Adoro esse texto,
eis a minha versão de hoje...

3 ovos
1/2 tomate italiano picado finamente
50 gramas de presunto nobre picado
2 colheres das de sopa de queijo minas frescal picado
50 gramas de cogumelos paris picados grosseiramente
queijo parmesão ralado a gosto
cheiro verde
sal
pimenta do reino
azeite de oliva


Fonte: Bruna Tadini

Refogo os cogumelos em azeite até dourar. Bato os ovos e misturo o tomate, o presunto, os queijos branco e parmesão, os cogumelos, o cheiro verde, o sal e a pimenta. Despejo em um frigideira quente antiaderente bezuntada de azeite e deixo fritar bem de um lado. Viro cuidadosamente e aí é só esperar dourar esse lado também!


Fonte: Bruna Tadini


Um comentário:

  1. Tudo bem Bruninha, ta valendo vai ficar a receita para o próximo, tb nem tinha champignon em casa mesmo..rsrsrs. Bj

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